A escolha da equipe médica que realizou a cirurgia no ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no último domingo (13), partiu da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A mudança encerrou uma sequência de atendimentos conduzidos pelo cirurgião Antônio Luiz Macedo, que desde 2018 acompanhava o ex-presidente após o atentado a faca sofrido durante a campanha eleitoral.

Em entrevista ao portal UOL, Macedo revelou ter sido surpreendido pela decisão. O médico afirmou que jamais recusou atendimento e que a troca de profissionais partiu diretamente da família. “Eu jamais neguei atendimento para ele, já o operei várias vezes em quadros graves […]. Mas, desta vez, não sei se é coisa da dona Michelle, mas provavelmente é coisa da esposa, e ela resolveu chamar outro grupo para atendê-lo”, declarou.

Macedo afirmou ainda que, apesar de não usar o termo “ingratidão”, sentiu-se desvalorizado com a situação. “Foi uma não valorização do meu trabalho. Ele virou um ex-paciente, sinceramente”, concluiu.

O cirurgião também reforçou que nunca cobrou pelos procedimentos realizados ao longo dos últimos anos e que a única limitação desta vez foi a distância. “Eu não poderia ir para Brasília para ficar lá 15, 20 dias cuidando dele. Ele teria que vir para cá [São Paulo] para eu poder cuidar dele aqui, como foi sempre, né?”, pontuou.

Jair Bolsonaro foi submetido a uma cirurgia para tratar uma obstrução intestinal no Hospital DF Star, em Brasília, onde foi operado por Cláudio Birolini, diretor do Serviço de Cirurgia Geral Eletiva do Hospital das Clínicas de São Paulo.