Policial federal agrediu PM com tapa antes de ser morto na Barra da Tijuca, relatam testemunhas

Testemunhas ouvidas pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) disseram que o policial federal Francisco Elionezio Braga Oliveira — morto com tiro de fuzil disparado por um policial militar na noite de domingo, durante abordagem em um quiosque da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio — agrediu um dos PMs com um tapa no rosto antes de ser ferido. Segundo o relato das testemunhas, o agente federal não se identificou como policial ao ser abordado. O disparo teria ocorrido após a agressão, quando o agente pegou uma arma e caminhou em direção ao militar. Francisco usava uma pistola Glock, calibre nove milímetros, que pertenceria à Polícia Federal. O armamento foi encontrado pelos policiais da DHC com dois projéteis sobrepostos, o que caracterizaria que houve tentativa de disparo. Uma pane na arma, então, teria impedido o tiro.

Para tentar esclarecer se a vítima fez um disparo ou não, policiais da DHC, com apoio de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais, fizeram, nesta segunda-feira, uma perícia no quiosque onde a morte ocorreu. Por duas horas, peritos, com auxílio de detector de metais e cão farejador, vasculharam uma área do estabelecimento num trecho da areia da praia onde ficam duas amendoeiras e alguns bancos e mesas. Nada, no entanto, foi encontrado. O PM, que admitiu ser o responsável pelo tiro que atingiu Francisco, prestou depoimento na especializada. Ele apresentou um fuzil e uma pistola.

Duas mulheres estariam acompanhando o policial federal no quiosque. Elas teriam tentando interferir durante a confusão, mas uma delas foi baleada nas nádegas. Ela foi medicada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, e recebeu alta. A informação inicial recebida pela Polícia Civil é a de que o mesmo tiro que matou o agente federal também teria atingido a mulher. Os dois casos são investigados pela Delegacia de Homicídios da Capital.

Segundo nota da PM, uma equipe do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) foi acionada para o quiosque K8, na Avenida do Pepê, na Barra da Tijuca, na noite do último domingo. O chamado alegava que “um homem armado ameaçava pessoas”. Em trecho da nota da corporação, ao chegar, militares encontraram o agente com arma em punho, fazendo ameaças a um dos PMs que atirou para se defender. Ainda segundo a Polícia Militar, ao tentar dialogar com o policial federal, o militar teria levado um tapa no rosto.

Francisco Elionezio era policial federal havia 11 anos. Ele deixou mulher e três filhos, um deles nascido há pouco mais de um mês. Em outubro último, o agente salvou uma menina que havia se engasgado em um restaurante, em Brasília, no Distrito Federal.

Na ocasião, a criança chegou a ficar desacordada. Imagens de câmeras de segurança do local registraram o acidente. A menina aparece sentada em uma das mesas ao lado dos pais, que percebem, durante o almoço, que a filha estava com dificuldades de respirar. O casal tenta auxiliar a menina ao perceberem que ela está engasgada.

Pessoas que estavam no restaurante tentaram ajudar. Oliveira foi um dos que se aproximou da mesa onde estava a família. Ao se dar conta do que acontecia, ele faz manobras para desobstruir as vias respiratórias da criança. O policial estava em Brasília para participar do Curso de Socorrismo Operacional (CST) no Comando de Operações Táticas (COT) da PF. Pelo atendimento à menina, ele recebeu homenagens e moção.

Fonte: oglobo.globo.com

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.