PM mata Danone, torre do PCC no Guarujá; mortes sobem para 25

São Paulo – Três suspeitos morreram em um confronto com a Polícia Militar na comunidade Santa Cruz dos Navegantes, no Guarujá, na manhã desta sexta-feira (16/2). Entre eles, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no litoral, Rodrigo Pires dos Santos, conhecido como Danone, que comandava assaltos e o tráfico de drogas na facção na região.

Em 2015, ele foi preso por atirar contra uma lancha da Receita Federal após arrastão no Shopping Ferry Boat Plaza, no Guarujá. Rodrigo também já foi preso por tráfico de drogas e roubo.

Segundo a polícia, Danone era “torre” do PCC no Guarujá, uma espécie de gerente regional da facção. Na hierarquia da organização criminosa, ele só prestava contas ao “sintonia final” da Baixada Santista.

A identidade dos outros mortos não foi divulgada. Eles foram socorridos para a UPA Rodoviária, mas não resistiram. A ocorrência será registrada na Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Santos.

Policiais do Comando de Operações Especiais atuaram na ocorrência. Segundo o delegado Antônio Sucupira, titular da Delegacia do Guarujá, a perícia está no local. Ele não deu detalhes sobre as circunstâncias das mortes.

O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, comemorou a ação policial que culminou com a morte de Danone. “Integrante de organização criminosa, ele atuava no tráfico internacional de drogas e é suspeito por envolvimento em atentado contra a vida de agentes públicos”, escreveu.

Derrite ainda postou um vídeo em que Danone aparece dando tiros de fuzil durante uma suposta festa do PCC na Baixada (veja abaixo). “Cenas como essa ocorriam na região sem que houvesse o devido trabalho de inteligência para enfrentá-las”, postou o secretário.

Com a incursão desta sexta-feira (16/2), sobe para 25 o número de mortes em ações policiais registradas na Baixada Santista desde 27 de janeiro, quando foi instalada na região uma nova fase da Operação Escudo, rebatizada de “Operação Verão III”.

Mais letal que em 2023

Alvo de críticas e de uma apelação na Organização das Nações Unidas (ONU), a operação realizada pela Polícia Militar para capturar assassinos de PMs foi rebatizada neste ano, no litoral paulista, mas tem se mostrado ainda mais letal, proporcionalmente, do que a primeira ação do gênero, deflagrada em 2023, após a primeira morte de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) em serviço desde 1999, no Guarujá.

Oficialmente, sai o nome Operação Escudo, instituída no ano passado pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) para ser deflagrada sempre que um policial militar é assassinado — foram 38 operações em 2023, segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP) —, e entra a Operação Verão, historicamente realizada todos anos durante a estação de calor para coibir crimes nas áreas frequentadas por turistas das cidades litorâneas.

Na prática, contudo, o método adotado na “nova” Operação Verão tem sido o mesmo que levou a Escudo a ser contestada, inclusive, na Justiça. Desde o dia 26 de janeiro até essa quinta-feira (15/2), portanto em 21 dias, a Operação Verão tinha deixado 22 suspeitos mortos na Baixada Santista. Segundo a polícia, todos reagiram a abordagens feitas nas cidades da região, como Santos, São Vicente e Guarujá.

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