O governo federal notificou as distribuidoras de gás natural e deu um prazo de 48 horas para que expliquem por que a redução de preços anunciada pela Petrobras não está sendo repassada de forma proporcional ao consumidor final.

A medida foi anunciada nesta quarta-feira (30) pelo secretário Nacional do Consumidor, Wadih Damous, após uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na última segunda-feira (28), a Petrobras comunicou uma redução média de 14% no preço do gás natural vendido às distribuidoras, com vigência a partir desta sexta-feira (1º). No entanto, segundo Damous, algumas empresas informaram que o impacto para o consumidor será mínimo, estimado em apenas 1,45%.

“É uma proporção absolutamente assimétrica em relação ao que a Petrobras fixou. Isso causa perplexidade”, afirmou o secretário.

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) quer entender os critérios adotados pelas empresas para justificar essa diferença. O governo exige justificativas técnicas sobre por que a queda de preços não está sendo integralmente repassada.

“Não estamos aqui defendendo tabelação de preços. Queremos saber os critérios e se não houve abuso nessa possível omissão das empresas ao não repassar essa redução ao consumidor final”, reforçou Damous.

Apesar da cobrança, o governo descarta qualquer intervenção direta nos preços, como controle ou tabelamento. A expectativa é de que as distribuidoras respondam dentro do prazo e apresentem as devidas explicações sobre o cálculo aplicado.

A medida ocorre em um momento em que o governo busca reduzir o custo de vida da população e reforçar o papel das estatais no barateamento de serviços essenciais. O gás natural impacta diretamente setores como transporte, indústria, geração de energia e uso residencial — especialmente no fornecimento de gás canalizado para cozinhar e aquecer água.

Fonte: Voz da Bahia