Itapetinga: Câmara Cidadã: live debate violência doméstica durante pandemia

Nessa segunda-feira (3), a Câmara Cidadã discutiu a violência doméstica em tempos de pandemia. O projeto da Câmara Municipal de Itapetinga, em sua sétima edição, contou com a participação do delegado Roberto Júnior, da advogada Luana Almeida, do psicanalista Ismáiny Carneiro e mediação da presidenta Naara Duarte (PSC).

A advogada Luana Almeida atua no Centro de Referência da Mulher (CRM) e no Centro de Referência Especializado de Assistência Social, vinculados à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. Ela explicou como funciona o CRM, que presta um serviço específico e humanizado, contando com uma equipe multidisciplinar formada por profissionais como psicóloga, advogada e assistente social.  Falou ainda sobre o Núcleo de Assistência à Mulher (NAM), localizado dentro da Delegacia, e esclareceu que há vários tipos de violência contra a mulher: física, psicológica, moral, patrimonial e sexual.

“A gente tem se deparado, nesse período agora, com um aumento significativo (casos de violência). Então, nós temos no CRM, desde o momento em que foi aberto, a partir do ano de 2010, 701 mulheres referenciadas”, revelou.

O delegado Roberto Júnior, que é coordenador da 21ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin), lembrou que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertava no início da pandemia acerca do risco de crescimento desse tipo de violência. “Os ingredientes eram extremamente perigosos: o isolamento social associado ao álcool, a dificuldades financeiras, ao convívio maior do agressor com a mulher, e isso resultou, sem dúvida nenhuma, no aumento da violência contra a mulher”, ponderou.

Ele chamou a atenção para um paradoxo no registro de casos de violência doméstica contra mulheres na pandemia. “Isso é uma pandemia nas sombras. Nós estamos vivendo um momento extremamente delicado de saúde pública, momento esse em que as mulheres estão sendo vítimas e nós estamos tendo uma redução no número de ocorrências”, informou.

O delegado citou um relatório da ONU Mulheres mostrando que, mesmo antes da pandemia, a violência doméstica já era uma das maiores violações dos direitos humanos. Nos 12 meses anteriores, 243 milhões de mulheres e meninas (de 15 a 49 anos) em todo o mundo foram submetidas à violência sexual ou física por um parceiro íntimo. E menos de 40% das mulheres vítimas de violência buscavam qualquer tipo de ajuda ou denunciavam o crime.

Roberto Júnior disse que já fundamentou a necessidade de reforço do contingente da Polícia Civil de Itapetinga. “Certamente nós receberemos investigadores de polícia, certamente receberemos alguma investigadora, e já há esse compromisso meu formal, assumido com Dr. Irineu e com Dra. Débora, de designar pelo menos uma investigadora que venha para assumir o Núcleo, para dar uma assistência melhor, auxiliar nessa rede de atenção e melhorar ainda mais o atendimento da mulher vítima de violência”, garantiu.

O psicanalista Ismáiny Carneiro, que também é pastor evangélico, comentou sobre a situação da violência no país, independente do período de pandemia. “A grande epidemia que nós precisamos tratar também nesses dias não é somente a respeito da Covid-19, mas é também da violência, que é a epidemia que mais destrói vidas, que mais mata”, declarou.

Vale destacar que o mês de agosto é marcado por uma campanha de conscientização pelo fim da violência contra a mulher. O Agosto Lilás faz referência ao aniversário da Lei Maria da Penha, sancionada em 7 de agosto de 2006. Essa lei surgiu da necessidade de inibir os casos de violência doméstica no Brasil e é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma das três mais avançadas do mundo.

A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita em delegacias e órgãos especializados, onde a vítima procura amparo e proteção. Denuncie a violência doméstica contra a mulher. Ligue para a Central de Atendimento à Mulher (Disque 180), para a Delegacia (77) 3262-1112, para a Polícia Militar (Disque 190) ou para a Guarda Municipal (153).

Lembre-se de que existe um órgão especializado para prestar atendimento a mulheres que sofrem violência doméstica. O CRM está localizado na Rua Montes Claros, 323. Ligue (77) 3261-1951.

Para assistir ao vídeo completo da live da Câmara Cidadã, acesse:youtube.com/tvcamaraitapetinga. O projeto foi idealizado pela presidenta Naara Duarte com o objetivo de aproximar o legislativo da população na internet por meio de debates de interesse público.

ASCOM/CÂMARA

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