O blogueiro Ederivaldo Benedito foi detido neste domingo, durante a Parada GLTB de Itabuna. De imediato, blogs publicaram apenas a versão de Benedito e todos os comentários de leitores e apoio de entidades foram feitos baseados nesta versão.Procurado para publicar a mesma coisa, A Região preferiu ouvir antes a outra parte, em respeito ao bom trabalho que a PM baiana vem fazendo nos últimos anos. Segundo Bené, como é conhecido, um policial exigiu que ele apagasse algumas fotos que tinha tirado.O soldado PM Dutra nega as acusações feitas a ele e sua guarnição. Bené disse em seu blog e a vários sites que, ao ser pressionado para apagar as fotos, se negou, por isso recebeu voz de prisão, sendo algemado.Por telefone, o soldado falou com a reportagem de A Região e explicou o que houve, ratificando o que testemunhas já tinham informado à redação. “Estávamos numa abordagem a seis indivíduos suspeitos, quando percebi que um rapaz se aproximou demais”.”Pedi que se afastasse, pois aquela era uma situação de risco e não era prudente que ficasse tão próximo. Ele se recusou e foi além, dizendo ‘sou cidadão itabunense e morador do bairro Conceição e não vou sair de p* nenhuma’”.O policial disse que, levando em consideração que a qualquer momento um dos indivíduos poderia reagir à abordagem, mais uma vez pediu que ele se retirasse. No entanto “ele repetiu o que já havia dito e falou algumas palavras que não vale à pena ser repetidas”.“Quem levantou os braços foi ele, fazendo menção de me dar um murro. Eu não estava ali brincando, o meu dever é garantir a segurança do cidadão, sou pago por ele para isso e não vou admitir ser desrespeitado como fui”.Ele, como bacharel em Direito, deve saber que naquele momento eu era representante legal do Estado”. Algumas garotas que viram a cena afirmaram categoricamente que os policiais não fizeram exigência nenhuma a Benedito.Elas dizem que os mesmos policiais, um pouco antes, chamaram a atenção delas para que não ficasses próximas a outra abordagem porque era perigoso. As jovens contam que entenderam e saíram de perto, temendo uma reação dos abordados.”Não vimos nada demais em os policiais pedirem para a gente sair, até porque percebemos que a preocupação deles era com a nossa segurança”. Elas dizem que “não entenderam a reação do rapaz” (se referindo a Bené, que elas não conhecem).Também por telefone, o tenente coronel Antonio Reis, do Comando de Policiamento da Região sul (CPRs), adiantou que o fato será apurado e que, antes de ouvir os policiais, não tem como falar nada de concreto.A Secretaria de Segurança Pública (SSP) também informou, por email, que a Polícia Militar instaurou sindicância para apurar as circunstâncias da prisão de Ederivaldo Benedito dos Santos.Sem ouvir a outra parte, os policiais, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia emitiu nota repudiando “a agressão sofrida pelo jornalista Ederivaldo Benedito dos Santos…” “…que violenta a liberdade de imprensa e o livre exercício profissional”.Benedito prestou depoimento na delegacia de Itabuna e foi liberado. Os policiais garantem que ele foi preso por desacato, enquanto Benedito alega que foi preso por se recusar a apagar algumas fotos (não mostrou as fotos à imprensa).